CALOPHYLLACEAE

Kielmeyera excelsa Cambess.

Como citar:

Raquel Negrão; Tainan Messina. 2017. Kielmeyera excelsa (CALOPHYLLACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

VU

EOO:

11.689,86 Km2

AOO:

28,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie nativa, endêmica do estado do Rio de Janeiro, encontrada nos municípios de Bom Jardim (Hottz et al s.n.), Itatiaia (Cambe s.n., RB 66482), Petrópolis (Figueiredo 15), Rio de Janeiro (D. Sucre 5336) e Santa Maria Madalena (H.C. Lima 3028). Apesar de a espécie ser de 1828, a grande maioria dos registros é antiga (1920-1970) e da mesma localidade Floresta Nacional da Tijuca (Trad com. pess.).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Raquel Negrão
Revisor: Tainan Messina
Critério: B1ab(i,ii,iii,iv)+2ab(i,ii,iii,iv)
Categoria: VU
Justificativa:

Árvore mediana com 18 m de altura. A espécie apresenta EOO=10214km², AOO=24 km² e seis situações de ameaça. Coletada nos municípios de Bom Jardim, Itatiaia, Petrópolis, Rio de Janeiro e Santa Maria Madalena, embora dentro de Unidade de Conservação, encontra-se sob constantes ameaças na região das localidades de ocorrência, tais como crescimento urbano, degradação de hábitat, aumento do turismo, agricultura e incidência de incêndios (Aximoff, 2011; Aximoff e Rodrigues, 2011; Kury e Ramalho, 2008; Soares, 2008). Com base nas ameaças incidentes, infere-se um declínio contínuo da EOO, AOO, qualidade de hábitat e de subpopulações.

Último avistamento: 2015
Quantidade de locations: 6
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Fl. Bras. Merid. (A. St.-Hil.). i. 308. É uma das espécies com árvores mais altas no gênero, tendo entre 10 e 20 m. É caracterizada por ramos com casca fina e inteira (descamando em finas películas), folhas pecioladas com nervuras inconspícuas a imperceptíveis em ambas as faces e características de sépalas e anteras. É frequentemente confundida com K. membranacea, da qual se difere por forma das sépalas e ausência de cílios nestas e pelas anteras retangulares. Muitas vezes podem ser diferenciadas, também, pela textura foliar (Saddi, 1982). Segundo Saddi (1982), Wawra confundiu a circunscrição da espécie proposta por Cambessèdes (1828) e citou, incorretamente, muito materiais de K. membranacea Casar. como sendo de K. excelsa Cambess. na Flora Brasiliensis. A espécie não pode ser facilmente identificada através de suas características vegetativas, sendo frequentemente confundida com K. rizziniana (a espécie mais semelhante morfologicamente) e com K. membranacea. É distinta das espécies citadas por forma das sépalas e anteras (Trad com. pess.)

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Área antrópica, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa
Habitats: 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest
Detalhes: Árvore mediana com 18 m de altura, com ocorrência em área antrópica e em Floresta Ombrófila Densa (Bittrich et al., 2015), sendo rara na mata de encosta (H.C. Lima 3028). Em geral, é encontrada em lugares com solo arenoso-argiloso e úmido.

Reprodução:

Detalhes: Coletada com flores alvas em novembro (Cambe s.n.; RB 66482), dezembro (RB 136099), janeiro (D.Sucre 4366); com frutos em fevereiro (RB 136098), março (D.G. Almeida 391) e junho (H.C. Lima 1631). Floresce principalmente nos meses de novembro e dezembro, mas pode florescer de janeiro a março e há um registro (Saint-Hilaire) para julho. Frutificação março a junho principalmente (Trad com. pess.).
Fenologia: flowering (Nov~Jan), fruiting (Fev~Jun)
Síndrome de polinização: melitophily
Dispersor: Os frutos constituem cápsulas septicidas com sementes aladas, dispersas pelo vento (Trad, com. pess). - Anemocoria
Síndrome de dispersão: anemochory
Polinizador: É provável que a polinização seja realizada por abelhas, como ocorre em outras espécies do gênero (Oliveira e Sazima, 1990). - Melitofilia

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas occurrence present regional high
O turismo é uma atividade muito intensa em toda a área do Parque Nacional da Tijuca (Soares, 2008).
Referências:
  1. Soares, R.C.R. de S., 2008. Plano de Manejo do Parque Nacional da Tijuca.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity occurrence present regional high
O Plano de Manejo do Parque Nacional da Tijuca apresenta informações de ocorrência de incêndios no interior e arredores da unidade (Soares, 2008).
Referências:
  1. Soares, R.C.R. de S., 2008. Plano de Manejo do Parque Nacional da Tijuca.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2 Agriculture & aquaculture locality,habitat,occupancy,occurrence past,present regional high
No município de Santa Maria Madalena, a redução de áreas de Floresta Ombrófila passou de 35% no ano de 1994 para 11% no ano de 2001, indicando aumento substancial de áreas de pastagens (média de 58% do território), vegetação secundária (área média de 35%) e de áreas agrícolas no município (TCE-RJ, 2004). O estudo aponta que diversos fragmentos florestais foram reduzidos ou mais fragmentados, gerando barreiras para implantação de corredores ecológicos (TCE-RJ, 2004). Nesse caso, Santa Maria Madalena necessitaria implantar 1.249 hectares de corredores, o que representa 1,5% da área total do município (TCE-RJ, 2004).
Referências:
  1. TCE-RJ, 2004. Estudo Socioeconômico 2004 - Santa Maria Madalena. Rio de Janeiro. Disponível: www.tce.rj.gov.br/documents. Acesso em: 20/04/2015.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi coletada no PARNA da Tijuca (H.C.Lima 1631) e no Parque Estadual do Desengano (H.C. Lima 3028) e PARNA do Itatiaia (Cambe s.n., RB 66482).